segunda-feira, 8 de agosto de 2011
CD Until We Have Faces (Red)
Gritos, loops, orquestras, guitarras guturais, riffs fatiados e muita adrenalina. Essa é a linha seguida (novamente) pela banda RED em seu terceiro álbum Until We Have Faces, que chega trazendo as mesmas impressões que fizeram a banda conhecida internacionalmente.
Não falo das “mesmas impressões” negativamente, até porque curto muito essa pegada, mas ao ouvir várias vezes o álbum tive a impressão de estar escutando uma continuação do segundo álbum “Innocence and Instinct”.
Inovar ou manter-se fiel ao estilo? Bem, cabe a cada um ouvir e sentir a necessidade. Ofereço aqui minha humilde contribuição na análise deste álbum e trazendo impressões pessoais, mas as mais democráticas possíveis! (será possível? rsrsrs)
Minha primeira observação foi quanto o projeto gráfico. A capa é instigante e criativa (experimente ouvir a música “Feed The Machine” olhando pra capa e arrepie-se). Minha severa crítica é quanto as letras do encarte. É Impossível ler aquelas letras vermelhas sob um fundo vermelho e não sentir incômodos nos olhos! Fiz um esforço tremendo para conseguir manter o foco em uma única música, mas logo desisti. Preferi ler as letras na internet! Meus olhos até choraram em agradecimento!
A pancada começa com Feed The Machine (alimente a máquina) com os seus tradicionais loops abrindo o cenário para que Michael Barnes rasgasse a guela em seus gritos guturais para a introdução pulsante. Sempre achei muito vibrante a sincronia das guitarras, bateria e o naipe de cordas nas músicas do RED. Nessa música não foi diferent. No final da canção, pode-se perceber a mudança de tom para criar um clima denso com o naipe de cordas e com coral encerrando a canção. O clipe dessa música ficou sensacional. Tem um roteiro que nos dá o entendimento da música, mesmo sem saber a tradução toda. Muito rock mesmo!
Faceless (sem face) traz uma abertura de guitarra semelhante a uma música do Linkin Park, que por sinal, é uma das bandas a qual RED bebeu na fonte de balde. Umas das minhas preferidas do repertório. Mantém a densidade, mas com um toque mais light (leia-se comercial). O segundo refrão dá uma fatiada nos riffs animal. Poderia figurar muito bem como trilha sonora de algum personagem da safra de filmes de super-heróis (alô, Hollywood!).
Lie to me (minta pra mim) tem uma introdução com muito peso e os tradicionalíssimos loops usados à exaustão pela banda. No meu ponto de vista, tem uma pegada mais comercial também. Possui outro clipe de muito bom gosto, focando mais na performance do grupo. Uma das marcantes do disco. Certamente pra figurar entre o topo!
Let It Burn (deixe queimar) é a minha segunda preferida do setlist. Tem uma melodia extremamente gostosa de ouvir, com pesos comedidos pelo romantismo da harmonia. O que dá um toque especial na música é um backing feminino no momento da ponte. Certamente, uma das melhores.
Buried Beneath (enterrado) é o que eu chamaria de uma ponte entre uma boa música (Let It Burn) e uma excelente música (Not Alone) até traduzir a letra da canção. “Pensei que eu estava subindo/ Mas me arrastei para baixo / O que está sentado aqui comigo /Eu pensava que estava só /Mas ele me puxa mais /Agora eu posso escapar”. Fica muito claro uma declaração de que alguém nos tira do buraco que estamos enterrados e nos dá uma nova vida. Alguma dúvida de quem seja?
Not Alone (Não está só) foi a música que fez meu cd furar. Ouvi essa música centenas de vezes só na primeira vez que ouvi álbum. Em termos de letra e melodia é a mais completa. É como se sentisse toda a banda colocando o coração e a alma nessa música. Além de uma levada cativante, tem uma composição fortíssima. A letra dessa música fará qualquer pessoa que está triste com a vida chorar e olhar para o Mestre com outros olhos. “Eu estou com você/Vou levá-la através de tudo/Eu não vou te deixar/Eu vou te alcançar quando estiver vontade de desistir/Porque você não está/Você não está sozinha”. Nota 10!
Watch you Crawl (Te ver rastejar) puxa a segunda parte pesada do repertório . É uma música de guerra, de desafio “Eu vou lutar até o fim/estou pronto pra colidir”. Tem uma harmonia no coro da música diferente do que o RED está habituado a fazer, mas nada que descaracterize o som da banda. Entra no rol das música “normais” do disco, aquelas que não são as marcantes, mas tem seus méritos para estarem no álbum.
The Outside (do lado de fora) tem uma melodia (no coro) que me lembrou muito a música “Faint” do Linkin Park. Uma boa canção. Não é uma das minhas preferidas (neste parte das faixas, “Watch you Crawl” é a melhor) mas dá pra escutar sem franzir a testar.
Who We Are (Quem nós somos), musicalmente falando, é a que eu não gostei. Introdução da música com um vibrato magro na guitarra entrando em um ritmo bate-estaca, o que não é muito a cara do RED. Mas achei interessantíssima a letra desta música! Mostra que, apesar das expressões de truculentos das fotos do encante do CD, eles estão com a bíblia encravada na poesia da letra: “Nós nunca vamos morrer/perderemos essa vida/sabendo que estamos vivos...Isso é o que nós somos, somos Imortais”. Uma paráfrase de Mateus 16:25.
Best Is Yet To Come (O melhor está por vir) começa a amenizar o clima para o encerramento da gravação. Fiquei na dúvida se a música falava sobre relacionamentos amorosos ou espirituais. Bem, neste caso (como falei no começo), vai da necessidade. Mas a música em si é boa. É uma balada sem muitas novidades, mas que segura a onda.
Hymn For The Missing (Hino para o perdido) fecha o disco. A banda segue o que foi feito nos trabalhos anteriores, encerrando o álbum com uma música mais reflexiva e intimista, na maioria piano, voz e cordas (embora “already over” do álbum “End of Silence” tinha um violão suave e “take it all away” do álbum “Innocence and Instinc”t era um pouco mais intensa e com uma quebradeira pesada ao final da música). A música traz uma bela construção poética e musical, casando perfeitamente com a voz de Michael Barnes. A música de fato nós faz olhar para nossa insensibilidade de muitas vezes fazermos vistas grossas para os perdidos e dá o toque de classe ao fechamento da gravação.
O que pude perceber nesta análise é que as letras são muito interrogativas. Segundo o Wikipédia, esse álbum foi inspirado no livro “Till we have faces” do escritor C.S.Lewis, o que poderia explicar o sentido questionador do CD.
Quase em sua maioria, o coro enveredava para uma interrogação, o que é uma grande estratégia para que o ouvinte comece a pensar nas questões indagadas nas canções, que passam a martelar lá no subconsciente com o teor evangelístico que levam.
Cetamente, RED tem acertado em mesclar a palavra com poesia e vesti-las com o doce som do rock!
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http://www.mediafire.com/?274iccxc1px7z4b
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