Chrislam: movimento que mistura Cristianismo com Islamismo
Chrislam é um movimento religioso que está ganhando força nos Estados Unidos. Ele tem como base a mistura de tradições e adoção de livros sagrados de duas religiões: o cristianismo e o islamismo.
O movimento de sincretismo religioso que mistura elementos das duas religiões começou na Nigéria na década de 1980 com um homem chamado Tela Tella que afirma ter sido visitado por um anjo que lhe incumbiu dessa missão. E vem ganhando força e espaço na América do norte após os atentados terroristas de 11 de setembro.
“Chrislam, como o nome sugere, é um movimento crescente em que alguns cristãos estão tentando encontrar um terreno comum com os muçulmanos”, explica o teólogo Bill Muehlenberg.
No início desse ano comunidades cristãs, que aderiram a essa “Aliança interconfessional”, em estados como Dallas, Chicago e Washington DC estão colocando o Alcorão ao lado da Bíblia em seu templos, e houveram também pregações sobre o profeta Maomé.
De acordo com o Christian Post, os adeptos desse movimento sincretista defendem a existência de pontos em comum entre as tradições religiosas, um exemplo são as 25 menções feitas a Jesus no Alcorão e ensinamentos comuns sobre ética e moral. Eles acreditam que ao se unirem em torno desses pontos comuns estão formando uma espada espiritual contra o ateísmo e o politeísmo que, segundo eles, são os motivos do conflito moral do Ocidente.
Porém muitos cristãos tem rejeitado essa união religiosa e ressaltam as incompatibilidades ideológicas das duas crenças. O pastor sênior da Igreja Cornerstone em Highland (Michigan), Tim Forsthoff fala sobre essa incompatibilidade: “Nós não somos irmãos daqueles que rejeitam a Cristo. Nós não somos parte da família de Deus com aqueles que negam a morte e ressurreição de Jesus Cristo”.
“As pessoas têm sido levados a acreditar que todas as culturas são iguais, que todas as religiões são iguais. O primeiro erro é abraçar as diferentes culturas “, disse o professor e jornalista Paul Williams que aponta o multiculturalismo como estopim para a propagação do “Chrislam”. Willians fala também que em muitos lugares dos Estado Unidos falar contra a diversidade já é visto com maus olhos. Ele completa dizendo que o que realmente está acontecendo é que “[Muçulmanos] estão entrando e convertendo os cristãos”.
Em outros lugares do mundo o movimento também está ganhando força. Uma frase escrita no site do Comitê de Diálogo Nacional Islâmico-Cristão no Líbano sintetiza a filosofia: “Nós somos irmãos, somos uma família de Deus. Nenhum de nós é melhor do que o outro em seus olhos. Ele nos ama tanto. O futuro só pode ser ganho contra o mal por todos nós em pé, fortes e juntos”.
Na Austrália, o grupo islâmico “MyPeace” conduziu uma campanha publicitária defendendo a inter-relação entre cristãos e muçulmanos. Nessa campanha foram espalhados cartazes pela cidade de Sidney com os dizeres “Jesus: um profeta do Islã”.
A principal bandeira levantada pelos fiéis “híbridos” é “Por que não nos dar bem, ao ressaltar as diferenças, quando podemos simplesmente… nos tornar um?”.
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