quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Bancarrota à vista: Agência corta rating da Grécia para C e já admite falência

A agência de notação financeira cortou hoje o ‘rating’ da Grécia em dois níveis de CCC para C, penúltimo nível da escala, e considera ser muito provável o incumprimento do país no pagamento da sua dívida em breve.
“A Fitch considera que a proposta para reduzir a dívida pública grega através da troca de títulos com os investidores privados irá, se finalizada, constituir um ‘default’ [incumprimento] para efeitos de ‘rating’, e irá resultar na colocação dos ‘ratings’ individuais do país em ‘incumprimento restrito’ até ser finalizado”, afirma a agência de ‘rating’ em comunicado.
A agência já havia avisado, por várias vezes, que a intenção manifestada de chegar a acordo com os investidores privados para que estes assumissem perdas nos títulos gregos seria considerada como incumprimento para a Fitch.


A Fitch diz que toma esta decisão na sequência do comunicado do Eurogrupo sobre o segundo programa de resgate à Grécia, que irá incluir um novo financiamento à Grécia desta vez de 130 mil milhões de euros, que inclui o envolvimento do setor privado e os subsequentes anúncios do governo grego sobre os termos desse envolvimento privado.
O acordo prevê um corte nominal no valor facial dos títulos de dívida grega na ordem dos 53,5 por cento e impõe ainda ‘Collective Action Clauses’ (cláusulas nos contratos das obrigações que podem impor novas alterações aos termos do pagamento dessa dívida, abrindo a porta a mais perdas dos investidores).
A agência de ‘rating’ diz que pouco depois dos novos títulos serem emitidos (para fazer a troca com as obrigações que os investidores têm atualmente na sua posse), a nota do país irá passar para ‘Restricted Default’ (incumprimento restrito) e considera que a imposição dessas novas cláusulas uma alteração material adversa desses contratos, e que esta troca de dívida sobre os investidores é coerciva.
A qualificação das agências de notação financeira da dívida grega como incumprimento e da reestruturação com envolvimento (e acordo) dos privados como coerciva poderá desencadear o pagamento de alguns seguros contra incumprimento da dívida grega (os ‘credit default swaps’), dependendo da estrutura de cada contrato.
A reestruturação em si, como tem acordo dos investidores privados, é considerada voluntária e não resulta no pagamento destes seguros, de acordo com a organização norte-americana que serve de árbitro no mercado dos derivados, a ISDA, mas a opinião das agências pode desbloquear o pagamento de alguns destes ‘credit default swaps’ a quem comprou proteção contra o incumprimento da dívida grega.

Fonte: http://aeiou.expresso.pt/grecia-fitch-corta-iratingi-para-c-e-ja-admite-incumprimento=f706235#ixzz1n7vvpaJo e http://2012umnovodespertar.blogspot.com/

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