quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A quebradeira está próxima: Grécia falha no acordo. Zona do Euro já admite bancarrota

Partidos do Governo e membros da 'Troika' não se entenderam. Negociações prosseguem 2ª feira.
Se o Euro quebrar, será um efeito dominó pelo mundo...
Chegaram ao fim, sem acordo, as negociações entre o Governo grego e a troika. As negociações vão prosseguir na segunda-feira.

A reunião entre os três partidos da coligação que está no Governo e os representantes da Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) acabou sem acordo quanto às medidas de austeridade e reformas estruturais que o país está disposto a adoptar para continuar a receber a ajuda internacional.

A troika «exige mais austeridade do que aquela que o país é capaz de suportar», afirmou o líder da Nova Democracia, Antonis Samaras, citado pela AFP, à saída do encontro.

Já o líder de extrema-direita, Georges Karatzaferis, justificou o falhanço das negociações porque «não queria contribuir para a explosão de uma revolução» e aceitar as medidas exigidas pela troika poderiam ter esse efeito.

Representantes da banca internacional juntaram-se também este domingo à maratona negocial que envolve o Governo grego e a troika para a adopção de novas medidas de ajuda externa àquele país, avançou a agência France Press.

O director do Instituto Internacional de Finanças, Charles Dallara, representante da banca internacional - que prevê conceder à Grécia o perdão de parte da sua dívida - entrou na residência oficial do primeiro-ministro grego, Lucas Papademos.

O director do Deutsche Bank Josef Ackermann está também em Atenas para acordar um plano de reformas adicionais de austeridade, disse fonte governamental grega.

George Papandreou, Antonis Samaras e George Karatzaferis, líderes dos partidos que suportam o governo, mantêm objecções à aprovação das novas medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais.

As negociações têm como objectivo evitar que a Grécia entre em incumprimento em Março.

O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, admitiu a insolvência da Grécia. O responsável disse que, se a Grécia não aplicar as medidas de austeridade e as reformas necessárias, e se se descobrir que a culpa da situação é inteiramente da Grécia, a Europa não dará mais ajuda ao país, pelo que em Março, se verificará o incumprimento.

No sábado à noite, o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, disse que as negociações entre o Governo grego e a troika internacional sobre as novas medidas que a Grécia terá de adoptar tinham entrado numa fase crítica.

O ministro disse mesmo que havia apenas 24 horas para se chegar a acordo. O prazo já terminou.

Evangelos Venizelos referiu aos jornalistas que «da parte dos parceiros europeus, há muita pressão e impaciência».

Segundo o ministro das Finanças grego, já há acordo sobre a recapitalização dos bancos e as privatizações, não tendo sido ainda alcançado um consenso sobre a redução dos salários do sector privado e as medidas para reduzir a despesa pública.

O Governo grego necessita de fechar o acordo para receber o novo pacote de auxílio antes de 20 de Março, quando terá de reembolsar 14,5 mil milhões de euros aos detentores da sua dívida pública.

Paralelamente, o Governo grego e os banqueiros negoceiam há já três semanas um acordo para um perdão de 100 mil milhões de euros da dívida do país e evitar que este entre em falência.

O perdão de parte da dívida grega pelos credores privados está incluído num pacote que abrange a legitimação do segundo programa de resgate de 130 mil milhões de euros, aprovado na cimeira europeia de Outubro e que volta a envolver a troika.


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